Informados ou Alienados?
" A
minha tv não se conteve
Atrevida passou a ter vida
Olhando pra mim.
Atrevida passou a ter vida
Olhando pra mim.
Assistindo
a todos os meus segredos,
minhas parcerias, dúvidas, medos,
Minha tv não obedece."
minhas parcerias, dúvidas, medos,
Minha tv não obedece."
(O Teatro
Mágico- Xanéu nº 5)
http://letras.terra.com.br/o-teatro-magico/1281861/
http://letras.terra.com.br/o-teatro-magico/1281861/
Estamos na era da tecnologia e da
informação. Nunca foi possível, com tanta facilidade e eficiência, saber o que
acontece em nossa volta, ou até mesmo do outro lado do mundo. Uma explosão de
informação nos rodeia, nos permitindo conhecer melhor o mundo em que vivemos.
Bem, pelo menos em tese é assim. No entanto, os fatos são um pouco diferentes
dessa bela concepção a cerca das informações que possuímos.
Não há notícia dotada de
imparcialidade. O que pensamos é, muitas vezes, concebido por cabeças de
pessoas que nem conhecemos, mas que determinam toda a nossa consciência sobre a
sociedade. Os padrões parecem ter existido desde a formação do mundo, mas na
verdade não são nada além de construções, de uma minoria detentora do controle
midiático.
Não escolhemos o que é bonito, o
que deve ser usado, adquirido ou utilizado. Somos o que temos e não o
contrário. As aparências dominam nossos conceitos. E esses tais conceitos são
tão superficiais quanto o nosso real conhecimento a cerca da realidade.
Debatemos sobre assuntos que desconhecemos. Nossos argumentos são frágeis e
nossa análise, unilateral. Tentamos mostrar uma sabedoria que não possuímos e,
em contrapartida, buscamos aprendizado no conhecimento pronto, que foi entregue
a nós pelos meios de comunicação que desejam nos privar de pensar.
Nesse contexto, o que os jovens
representam? São apenas fruto da globalização, ou melhor, sustentadores da
dinâmica capitalista? Engolem, a seco, todo o lixo produzido no comércio e nas
telecomunicações, preocupados demais em serem o padrão estipulado? Padrão no
vestir, no agir, no ser e o mais elementar: padrão em (não) pensar.
Triste
século XXI. Mecanizamos nossa produção, otimizamos nosso tempo . Mesmo assim,
trabalhamos mais, temos mais e, ironicamente, somos mais vazios e insatisfeitos
do que nunca antes na história. Produzimos um sistema que, ao invés de nos
possibilitar crescimento intelectual, está a nos tragar.
Que tais
artifícios não nos impeçam de ver o mundo e atuar nele de forma crítica e
inovadora. Nada mais assustador para essa tendência à alienação que mentes
pensantes e cheias de disposição para contestar tal sistema.
Raíssa Campos
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